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lyrics

Um Deus onisciente e onipotente e que nem sequer cuidasse
para que suas intenções fossem compreendidas por suas criaturas
— seria ele um Deus de bondade? Um Deus que deixa subsistir
durante milênios inumeráveis duvidas e hesitações, como se essas
dúvidas e essas hesitações não tivessem importância para a
salvação da humanidade e que, no entanto, deixa prever as
conseqüências mais espantosas no caso de equívoco sobre a
verdade! Não seria um Deus cruel se possuísse a verdade e se
pudesse assistir friamente ao espetáculo da humanidade se
atormentando miseravelmente por causa dela? — Ou, apesar de
tudo, seria mesmo um Deus de amor — mas incapaz de se
exprimir mais claramente? Não teria espírito suficiente para isso?
Ou eloqüência? Seria muito mais grave! De fato, então se teria
enganado
talvez
naquilo
que
chama
sua
“verdade”
e
se
assemelharia muito ao “pobre diabo logrado”! Não deveria então
suportar quase os tormentos do inferno quando vê sofrer assim
suas criaturas e, mais ainda, sofrer por toda a eternidade, ao
querer conhecê-lo, e que ele não pode nem aconselhar nem
socorrer, a não ser como um surdo-mudo que faz todo tipo de
sinais indistintos quando seu filho ou seu cão está cercado dos
perigos
mais
assustadores?
Um
crente
angustiado
que
raciocinasse dessa forma seria verdadeiramente perdoável, se a
piedade pelo Deus sofredor estivesse mais a seu alcance que a
piedade pelo “próximo” — pois ele deixa de ser seu próximo se o
mais solitário, o mais original de todos os seres é também o mais
sofredor, o mais necessitado de consolação. — Todas as religiões
possuem um indício que devem sua origem a um estado da
intelectualidade humana demasiado jovem e sem maturidade —
todas elas tomam extraordinariamente com leviandade a obrigação
de dizer a verdade: não sabem ainda nada do dever divino de se
manifestar aos homens com clareza e veracidade. — Ninguém tem
sido mais eloqüente que Pascal para falar do “Deus escondido” e
das razões que tem para se manter tão escondido e nunca dizer as
coisas senão pela metade, sinal de que Pascal nunca pôde se
tranqüilizar a esse respeito: mas fala com tanta segurança que se
poderia crer que se encontrou por acaso nos bastidores. Ele
suspeitava uma imortalidade no “deus absconditus23”, mas teria
tido vergonha e teria tido medo de confessá-lo a si próprio: é por
isso que falava tão alto quanto podia, como alguém que tem medo.

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contrariando a estatística desde 2007.

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